Com aproximadamente 520.000 quilômetros quadrados, a Área de Conservação Transfronteiriça do Kavango Zambeze (KAZA TFCA) é a maior área de conservação transfronteiriça terrestre do mundo. Ocupa partes das bacias dos rios Okavango e Zambeze nos cinco Estados Parceiros – Angola, Botswana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabué.
O KAZA compreende um mosaico de usos da terra, notadamente 20 Parques Nacionais, 85 Reservas Florestais, áreas de conservação, áreas de gestão da vida selvagem, terras comunais, santuários, áreas de concessão de turismo e extensões significativas de terra para agricultura e assentamento.
A paisagem também abriga mais da metade dos elefantes da savana Africana restantes, 25% dos cães selvagens da África, quase 20% dos leões do continente e várias outras espécies de vida selvagem encontradas em sua extensa floresta, terra seca, pântano e outros ecossistemas.
Reconhecendo os imensos valores de conservação e oportunidades para o desenvolvimento sustentável na paisagem, a Lotaria holandesa de código postal financiou um consórcio tripartido do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Parques Africanos e Fundação Parques da Paz para implementar o projecto Fundo de sonho de € 16,9 milhões ao longo de cinco anos. O início do projecto coincidiu com o bloqueio global desencadeado pela pandemia do COVID-19, resultando em uma inicialização inevitavelmente lenta.
Não obstante os efeitos do bloqueio, registaram-se progressos significativos no Parque Nacional kafue da Zâmbia. O parque que foi formalmente criado na década de 1950 e que abrange cerca de 22.400 quilómetros quadrados é um beneficiário do projecto Fundo de sonho. Seguiu-se a assinatura do Memorando de Entendimento (MdE) entre o Governo da Zâmbia e os Parques Africanos, em Fevereiro de 2021, para a implementação de um Plano de Apoio Prioritário (PSP) no valor de 3,6 milhões de dólares. A PSP tem como objectivo assegurar uma gestão eficaz e sustentável do parque e está ancorada no reconhecimento colectivo de que o reforço do sistema de gestão do parque contribuirá, a longo prazo, para a sustentabilidade ecológica e desenvolvimento turístico para o país e região.
As áreas prioritárias sob o PSP incluem a melhoria da infraestrutura crítica do parque, o desenvolvimento do turismo e a realização de estudos básicos de conservação. As intervenções buscam liberar todo o potencial do Parque Nacional Kafue, um parque icônico da África, por meio da optimização dos benefícios sociais, econômicos e ecológicos de longo prazo.
Alguns dos progressos registados até agora incluem desenvolvimentos de infraestrutura em grande escala, como nivelamento de estradas de 2.020 km ao redor do parque nacional, reabilitação de escritórios no acampamento de Chunga, construção de um heliporto e a reabilitação em curso do Centro de Fiscalização de Chunga. A classificação das rotas de safári e pistas de pouso, bem como a reforma dos portões de entrada do parque selecionados, está quase concluída. A rede de estradas reabilitadas está prevista para melhorar a acessibilidade do parque, que juntamente com outras políticas e medidas estratégicas aplicáveis descritas no Plano Director de Turismo 2018-2030 da Zâmbia, contribuirão para melhorar a competitividade do parque como destino turístico.
De acordo com as partes interessadas do turismo, o PSP é uma tábua de salvação para o parque e prevê-se que aumente as populações de vida selvagem, reduza a caça furtiva e melhore a coexistência com humanos nas oito áreas de gestão de caça ao redor do parque. Populações de vida selvagem prósperas são fundamentais para melhorar o turismo no parque e nas áreas de gestão de caça adjacentes.
A sra. Libby Wilson, porta-voz da Kafue Associação de Operadores de Parques (KPOA) está exaltada com os progressos feitos até agora: “O montante de financiamento já investido pelos Parques Africanos desde Fevereiro de 2021 combinado com o seu investimento orçamentado, comprometido e prontamente disponível nos próximos 20 anos é a única resposta para Kafue e não pode falhar neste ponto de viragem crucial na sua longa história.” Ela acrescentou: “O mandato de 20 anos que todos acreditamos que seguirá em breve fornecerá a confiança necessária aos operadores existentes investidos no parque e incentivará mais investimentos financeiros externos e interesse comercial que faltam há décadas”.
Espera-se também que a parceria de conservação dos Parques Africanos-DNPW combata a criminalidade da vida selvagem, reforçando a fiscalização no Grande Ecossistema de Kafue (GKE), que compreende o parque nacional e as áreas circundantes de gestão de caça. Até ao momento, foram protegidos equipamentos críticos de fiscalização para vigilância no terreno e aérea foi assegurada.
Foram adquiridos cinco veículos operacionais e contratado um helicóptero para reforçar a capacidade de vigilância aérea. Parte do equipamento adquirido inclui uma aeronave de asa fixa, também para apoiar os esforços de fiscalização. Um levantamento aéreo completo da vida selvagem de todo o ecossistema também foi concluído. Juntamente com o equipamento fornecido às equipes de fiscalização, o sistema de comunicação de rádio está passando por reforma e treinamento de pessoal. O fortalecimento da capacidade de fiscalização levou a um aumento nas detenções e recuperações de armas de fogo e munições de caçadores furtivos.
Os louváveis avanços feitos na implementação do Plano de Apoio Prioritário ao Parque Nacional de Kafue, comprovados pelos imensos benefícios ecológicos e socioeconômicos que estão sendo acumulados pelos beneficiários pretendidos, entre eles o Departamento de Parques Nacionais e Vida Selvagem, é uma demonstração perfeita doque os parceiros de implementação do Programa Fundo de sonho procuram alcançar resultados ao abrigo do programa de cinco anos.
O progresso alcançado até agora na transformação do Parque Nacional de Kafue sob o PSP aumentou as esperanças para a tão esperada finalização e assinatura de um mandato de gestão de longo prazo que ajudará a desbloquear ainda mais apoio para uma gestão eficaz do parque.
Espera-se que as intervenções no âmbito do PSP contribuam para garantir a paisagem altamente biodiversa e desbloquear o potencial económico do KAZA em benefício dos cinco Estados Parceiros em geral, bem como das comunidades locais que vivem lado a lado com a vida selvagem em particular.
